Friday, July 29, 2005

Túnel de Ceuta:

a versão da autarquia, com as imagens Link

Nada como ter estado presente na “sessão de esclarecimento”, promovida pela CMP, no debate, promovido pela OA, acompanhar tudo o que se tem dito e escrito sobre este assunto, para reforçar uma suspeição, há muito consolidada.

Os “políticos” (pelo menos os actuais) decidem a sua forma de actuação com base em dois princípios, um deles aceite, sem discussão, por “toda” a sociedade:
Em “democracia” a maioria dos eleitores decide os resultados das eleições.

Um outro, operacional, e não formulado:
A maioria dos eleitores é intelectualmente inepta.
(naturalmente procurei aqui reformular o meu original “são burros”)

Mais uma vez, os responsáveis pela CMP, vem comprovar essa minha suspeição.
No mesmo texto escrevem o seguinte:
“Em 1996, Fernando Gomes apresenta o projecto para o Túnel de Ceuta com entrada prevista para a Praça Filipe de Lencastre e saída junto ao Instituto de Medicina Legal, do lado direito do Jardim do Carregal. Apesar do IPPAR ter chumbado expressamente essa proposta, motivado pelo facto de estar muito próximo do hospital e do jardim,…”…..“Em 2000, Nuno Cardoso transfere a boca de saída do Túnel para um local ainda mais próximo daquela unidade hospitalar, contrariando ainda mais o IPPAR…..”

Não temos qualquer evidência desta afirmação, negada, aliás, pelo IPPAR.…….

“No parecer emitido e enviado à autarquia, o IPPAR sugere duas hipóteses: ou o recuo para a zona do Hospital, contradizendo-se a si próprio relativamente ao despacho anterior ou o prolongamento para o início da Rua de Júlio Dinis. A CMP recorreu então para IPPAR nacional, que apresenta uma nova versão, desta feita junto à porta da Reitoria, precisamente no local onde a rua é mais estreita…”

Já foi afirmado pelo IPPAR que “o recuo para a zona do hospital” não contraria qualquer despacho anterior, mas a CMP continua a insistir nesta mentira

A CMP teima em esconder a sugestão de prolongamento para antes do cruzamento (os tais 90 metros) referindo apenas a versão com saída junto à reitoria (os tais 180 metros)……..

“Finalmente, durante um recente debate realizado no Museu Soares dos Reis subordinado ao tema «À minha porta, não», o Presidente do IPPAR avança com a sugestão de a boca do Túnel ser construída no início da Rua D. Manuel II, mas no eixo da via, configurando assim a mesma proposta apresentada pelo actual Executivo autárquico e chumbada pelo IPPAR…..”
Todos os presentes puderam constatar que o Presidente do IPPAR se limitou a mostrar as diversas alternativas que estiveram em estudo, e as várias sugestões apresentadas pelo IPPAR, para demonstrar a falta de verdade das afirmações da CMP, de que, ao projecto de prolongamento da CMP, o IPPAR apenas teria apresentado uma alternativa (a tal com saída à porta da reitoria), tendo inclusivamente referido que “esta era a pior das alternativas”

Finalmente, neste texto refere-se:

“O encontro, que decorreu no Centro Português de Fotografia, no Porto, contou, igualmente, com a presença do Presidente do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR), João Belo Rodeia, que evidenciou uma maior abertura ao diálogo.“
Penso ter ficado claro, até a quem apenas tenha assistido ao debate promovido pela OA, de que lado estava a falta de abertura ao diálogo.

Em conclusão
Não sei em que vai acabar este romance...
Calculo que termine com uma solução “coxa”, de compromisso, que permita a ambas as partes “salvar a face”.
Os “eleitos” vão continuar, impunemente, a não cumprir com as obrigações que impõe aos eleitores.
Os custos financeiros das suas “trapalhadas” vão continuar a ser suportados por todos nós, continuando a aceitar-se alegremente a irresponsabilidade dos “eleitos”.
As trapalhadas vão continuar em velocidade de cruzeiro.
A mentira vai continuar a ser a principal ferramenta política.
A tal “maioria dos eleitores” vai continuar a dar razão aos “políticos” para continuarem a actuar com base nos dois princípios enunciados no início.

Aspectos positivos (que também os há)
A descoberta terrível da realidade, no que respeita ao nível dos “eleitos” por quem (ainda?) cria.
Mais vozes se vão ouvindo a falar da reinvenção da democracia.

Haja esperança
António Moreira

No comments: