Sobre o comentário do Sr. F. Rocha Antunes, com o título supra, gostaria apenas de tecer duas pequenas considerações, não quanto ao assunto em si, que ainda não analisei em pormenor, mas sim quanto ao pressuposto que, infelizmente, de tão repetido quase se tornou numa verdade absoluta que tende a ser aceite acriticamente:
Gestão Privada = Gestão Eficiente
Gestão Pública = Gestão Ineficiente
Por mais que se repita, à exaustão, este erro continua a ser só e apenas isso UM ERRO.
Na verdade
Gestão Eficiente = Gestão Eficiente
Gestão Ineficiente = Gestão Ineficiente
Independentemente de quem detém o capital, gestão é gestão e as regras são exactamente as mesmas, independentemente de os capitais serem públicos (de todos nós) ou privados.
O que é um facto, isso sim, é que a generalidade dos responsáveis máximos das empresas públicas e de outras instituições de capitais públicos são nomeados pelos detentores do poder político, obedecendo apenas a critérios partidários, que os restantes responsáveis de grau intermédio, são então escolhidos por esses responsáveis máximos utilizando os mesmos critérios partidários, quando não familiares (alguém quer contar o número de responsáveis intermédios com o apelido "Horta e Costa" admitidos nos últimos anos na PT?).
Naturalmente que os Partidos mais responsáveis pela propagação desse erro (estou a evitar utilizar o termo "falácia") são tão ou mais responsáveis nesta situação que os outros, poder é poder.
O problema não está nos capitais serem públicos ou privados mas sim na seriedade daqueles que, por via desta "democracia" se apossaram do poder.
Uma última nota, não pondo em causa os seus conhecimentos museológicos, por acaso tem conhecimento do volume de capitais públicos (isso mesmo de todos nós) injectados anualmente na Fundação de Serralves e de qual o orçamento total de TODOS os Museus Nacionais?
Talvez fosse interessante comparar esses valores antes de entrar em outras comparações.
Melhores cumprimentos
António Moreira
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