Friday, July 29, 2005

O Semáforo

(Publicado n"A Baixa do Porto" em 08-04-2005)

Caro Sr. Pulido Valente

Obrigado pelo seu comentário à minha proposta.

Esta foi elaborada na sequência de ter sido, finalmente, encontrada (será?) uma solução para o local de saída do túnel, partindo assim do pressuposto que o sítio onde o túnel acaba está definido e é aquele.
Por outro lado apenas pretende sugerir uma solução (que, a meu ver, entra pelos olhos dentro), para o problema criado pelo semáforo do cruzamento com a ACM, que, pelo menos para alguns Ruis, parece só ter aparecido depois de ambas as partes terem concordado (?) em prolongar o túnel para após o Museu, quando na realidade, e como muito bem refere, existia já caso o túnel acabasse antes do Museu e, até mesmo, antes de haver qualquer túnel.
Quanto a não perceber qual a diferença entre o túnel acabar antes ou depois do Museu, vindo de si surpreende-me.
Não me surpreende que o vereador do PCP não perceba isso, muito menos me surpreende que o presidente da CMP (e, se calhar, toda a vereação) também não.
Da mesma forma que me não surpreende que os "comerciantes" da zona (ao menos os do grupinho da Dona Laura) também não vejam a diferença.

Agora o Sr. Pulido Valente, se não olhar apenas para as implicações (nulas) em termos da circulação do sacrossanto automóvel, verá de certeza a diferença.
Se admito que para os que, como eu, não são especialistas na matéria, possa ser algo difícil de aceitar que haja grande diferença entre ter a acumulação de emissões poluentes e partículas, assim como das vibrações (sonoras e não só) amplificadas pelo "megafone" da saída do túnel, à entrada de um Museu ou num cruzamento de ruas em frente a uma área mais aberta.
Já me parece mais difícil de aceitar que a possibilidade de eliminar, ao menos, uma faixa de rodagem à superfície, e com isso poder aumentar substancialmente a área destinada aos peões, permitindo ainda valorizar a envolvente do único Museu Nacional que existe na nossa cidade, não seja, só por si uma vantagem evidente.
Claramente não é a melhor solução e não seria, certamente, a minha solução, mas é, pelos vistos, a solução que vai ser implementada, por acordo, e por isso me parece mais produtivo contribuir para o seu aperfeiçoamento, se possível, do que continuar "a bater no ceguinho".
Estou, mais do que absolutamente, de acordo consigo que a responsabilidade por toda esta trapalhada é dos políticos que, por acção umas vezes, por omissão, outras, abusam do seu poder"zinho" e desbaratam os dinheiros públicos.
Mas compras-me verificar que nesta situação, excepcionalmente, um organismo público, o IPPAR, foi consequente no cumprimento da sua missão, não permitindo que fosse por diante mais uma flagrante ilegalidade cometida pela autarquia.
E, a isto, tenho a ideia que o Sr. Pulido Valente já é mais sensível.
Não podia também estar mais de acordo quanto à prioridade de escorraçar, tanto quanto possível, o transporte individual do centro da cidade.
Mas as coisas são o que são, e o que deixamos ser, esperemos que, pelo menos, esta situação tenha trazido alguns ensinamentos.

Cumprimentos
António Moreira

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