(Publicado n"A Baixa do Porto" a 28.02.05)
"... - Como ?"
O rumo que a discussão tem tomado agrada-me sobremaneira.
Concordando com parte (ou o total) de alguns "posts", discordando de parte (ou do total) de outros, o que é um facto é que me parece que existe um ponto comum à generalidade das intervenções, e que é:
O actual sistema democrático está doente (muito doente).
Vem depois então as divergências, quer quanto ao diagnóstico (funciona mal porquê? A culpa é dos eleitos ou dos eleitores?), quer quanto aos meios de cura (mudar radicalmente o sistema, procurar mudar os partidos por dentro, ou outras soluções?).
Normalmente, considerando a introdução deste "post", eu agora introduziria a minha opinião, dizendo quais as razões pelas quais o sistema falhou, e quais os remédios que me pareceriam óbvios para esta situação.
Mas, isso implicaria que eu tivesse uma opinião 100% formada, quer quanto ao diagnóstico, quer quanto à cura.
Nesta altura parece-me muito mais importante verificar que existe a consciência de que "O sistema está doente" e de que é necessário fazer algo para o curar.
Parece-me também extremamente importante verificar que existem novas "ferramentas" que permitiram que, sem nos conhecermos previamente, sem nos conhecermos fisicamente, estejamos a discutir causas comuns e a procurar formas de resolver problemas que nos afectam enquanto Cidadãos (enquanto Cidadãos desta Cidade, no caso deste fórum, mas também como Cidadãos deste País, e até quem sabe…..)
Esta minha intervenção tem apenas como objectivo referir que estou a acompanhar, com o máximo interesse, o rumo que a discussão está a tomar.
Não irei, por agora, opinar muito a fundo, quanto a algumas das sugestões já avançadas, excepto para referir estes pontos:
Entendo que estas novas ferramentas abrem possibilidades de participação cívica impensáveis há muito poucos anos, pelo que as diversas possibilidades da sua utilização (ao menos ao nível da discussão teórica) devem ser exploradas a fundo.
Entendo que a simples criação de algum tipo de associação/movimento/partido ou seja o que for, nos moldes tradicionais será ineficaz, pelas razões já amplamente apontadas por diversos intervenientes, razões aliás que, a meu ver, fazem com que entenda também que….
Qualquer tipo de tentativa de influenciar a mudança de sistema "por dentro" ou seja procurando reformar ou refundar, os partidos (ou apenas o partido para que "nos puxe a chinela") é, a meu ver, da maior ingenuidade (que me perdoe o Sr. Tiago Fernandes).
Entendo assim que não se trata da "reinvenção da roda", mas sim, claramente, da invenção de algo que supra as deficiências da "roda", nos aspectos em que esta se tem demonstrado ineficaz, substituindo-a ou complementando-a, conforme se venha a entender desejável.
Nota final: (após leitura do último "post" do Sr. António Lopes Dias)
Apenas para referir que me revejo e subscrevo, na íntegra, nas opiniões, nomeadamente no que respeita a "demagogias (1 e 2)", no que tem escrito o Sr. Alexandre Burmester, espero que de forma alguma "sejam as últimas"
Cumprimentos
António Moreira
Friday, July 29, 2005
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