Friday, July 29, 2005

"O Abaixo-Assinado..."

"... e a participação cívica"
(Publicado n"A Baixa do Porto" a 08.03.05)

Conforme referi em comentário anterior, assinei o "abaixo-assinado"apesar de não estar 100% de acordo com o seu teor e, muito menos, com a sua eficácia.
Postas estas ressalvas, o ver, subentendido, que as assinaturas poderão ter sido (pouco ?) inferiores a um milhar, ultrapassa largamente as minhas expectativas.
Quase (?) um milhar de assinaturas, numa cidade de 400 mil habitantes, sobre um tema que, pouco ou nada diz à generalidade dos cidadãos (e outro tema fosse, diferente do futebol, quintas ou telenovelas…) não pode ser considerado mau.
Caso o abaixo-assinado fosse em sentido contrário e, com a mesma força de divulgação, estou certo que o resultado seria semelhante.
Extrair daí conclusões, a favor desta ou daquela tese, parece-me, que me desculpe o Sr. Pedro Aroso, completamente especulativo.
Que devem ser extraídas conclusões devem, mas não quanto à bondade ou aceitação do projecto.
Devem ser extraídas conclusões quanto à capacidade de iniciativa não enquadrada partidariamente, parabéns e agradecimentos ao promotor da iniciativa, Dr. António Macedo Pinto.
Devem ser extraídas conclusões quanto ao facto de ter havido quase (?) mil pessoas que, fora de qualquer enquadramento partidário, se informaram, formaram a sua opinião e se deram ao trabalho de agir civicamente, assinando o documento.
Devem, finalmente, ser extraídas conclusões quanto à eficácia do método utilizado e de quais os meios mais adequados para fazer com que as decisões que afectam profundamente, permanentemente e, quase irreversivelmente, a Cidade, sejam amplamente discutidas, debatidas e decididas, evitando-se que continuem a ser tomadas apenas ao sabor de, eventuais, interesses políticos ou partidários, de situações conjunturais ou do capricho de pessoas, bem ou mal intencionadas, que, por esta ou aquela circunstância, se encontram, fugazmente, à frente dos destinos da Cidade.
Claramente isto remeter-nos-ia, novamente, para a discussão, sobre as formas mais adequadas de se exercer o direito de "participação cívica"que, de pleno direito (mas com muita pena minha ), o Sr. Tiago Fernandes entende não ser este o local.

Resta-nos esperar por melhores dias
Um abraço
António Moreira

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