Friday, July 29, 2005

"Bom senso..."

"... e Respeito pela Cidade"
(Publicado n"A Baixa do Porto" em 11-04-05)

Afinal as notícias mais recentes dão conta de mais um impasse no conturbado processo do "Túnel de Ceuta".
Desta vez, é a CMP, por via do GOP, que invoca um conjunto de constrangimentos técnicos para não aceitar a solução de prolongamento até antes do cruzamento com a rua A.C.Monteiro, que a comunicação social tinha noticiado com solução já de consenso.
Entretanto, a actual Ministra da Cultura, toma, finalmente, uma posição pública desmontando algumas das mentiras com que a CMP tem procurado intoxicar a opinião pública (publicada e "blogada") e, ainda que lamentando os evidentes transtornos e prejuízos que esta situação tem causado à Cidade e aos Cidadãos, aponta os seus verdadeiros responsáveis.
Faz ainda o aviso claro de que a opção pela saída do túnel junto ao MNSR está, definitivamente, fora de questão e de que, caso a CMP, recomece as obras na rua D. Manuel II, o embargo é para avançar.
Não vou, naturalmente, analisar o parecer do GOP quanto aos constrangimentos verificados nesta última solução, esta posição apenas surpreenderá aqueles que acreditavam que o presidente da CMP pretendia, seriamente, encontrar uma solução para este problema.
Ainda ninguém referiu a circunstância de, entre o inúmero rol de comunicados da CMP sobre este assunto, nunca se ter visto nenhuma referência a qualquer solicitação da CMP ao GOP de que procurasse uma solução que, respeitando os condicionalismos impostos (de direito) pelo IPPAR, permitisse colocar um fim a este romance.
Nunca!
Surpreendentemente estamos perante um problema que tem apenas uma hipótese de solução, a que é apontada pelo presidente da CMP!
Mais, pretende fazer-nos crer o presidente da CMP, a responsabilidade por apresentar alternativas é daqueles que discordam dessa solução única e, sobretudo, tem o poder de a não autorizar.(como se o agente de autoridade que tivesse o desplante de não nos autorizar a estacionar em local proibido, tivesse a responsabilidade de nos indicar um local de estacionamento alternativo).
Parece agora que este romance não terá um fim nos tempos mais próximos.
Ao presidente da CMP apenas interessava concluir este processo caso isso fosse possível antes das eleições autárquicas e nas suas condições (é esta a sua única noção de Bom Senso e Respeito pela Cidade).
A solução evidente de que se deveria parar, no Carregal, repor a rua D. Manuel II no estado anterior à sua destruição, permitindo pôr um fim a este tormento e, em devido tempo, procurar a melhor solução, acarreta uma cedência, por parte do presidente da CMP e tal, principalmente em véspera de eleições, não é de considerar.
Mais, o início da pré-campanha autárquica, com o candidato do PS a pretender aproveitar as diversas posições críticas até agora apenas assumidas por alguns cidadãos, servirá apenas para permitir ao presidente da CMP bradar mais alto a sua tese dos interesses partidários.
Compete aos cidadãos, encontrar alguma forma de forçar o presidente da CMP a actuar com o Bom Senso e o Respeito pela Cidade que constantemente exige aos outros, e isso não pode esperar até que (talvez?) após as eleições autárquicas, alguém venha resolver, por nós, este problema (antes de começar a criar outros).
Esta situação vem tornar ainda mais clara, se necessário fosse, a falência deste sistema "democrático" e a urgência de encontrar alternativas que devolvam o poder aos cidadãos.

AM

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