(Publicado n"A Baixa do Porto" a 18.02.05)
As recentes notícias sobre a apressada decisão de avançar com a pretensa "requalificação" da Av. da Boavista (arrancar árvores será requalificar ?), apenas entre o Castelo do Queijo e a entrada Nascente do Parque da Cidade, tem sido analisadas e discutidas, fundamentalmente, à luz do projecto do Metro na Boavista.
A imperiosa necessidade da realização de obras de adaptação da Av. da Boavista (assim como da Av. do Parque da Cidade, Rua da Vilarinha, Est. da Circunvalação e viaduto do Parque da Cidade e Rotundas) para que Sua Excelência o Sr. Presidente da Câmara possa realizar o seu "sonho de criança" de ver corridas de carros antigos na Boavista, apesar de ter sido referida a modos de "efeito secundário" é, em minha opinião a verdadeira e exclusiva razão para esta, extemporânea, decisão de arrancar de imediato com esta obra, sem esperar por decisões governamentais nem garantias de financiamento pela empresa do Metro.
Como já referi anteriormente, sendo um grande apreciador de "automobilismo histórico", considero de grande estupidez e irresponsabilidade, o capricho "desta gente" em efectuar este evento, misto de falta de conhecimentos, desonestidade histórica, infantilidade e campanha eleitoral.
A sua importância seria diminuta no entanto, não fosse o facto de ter sido esse capricho, que, claramente, motivou esta "fuga para a frente", que irá fazer com que a discussão sobre o Metro da Boavista se incendeie, ao ser esta decisão entendida como parte de uma política de facto consumado que, quem se opõe ao projecto do Metro da Boavista, não estará, concerteza, disposto a aceitar.
Será aceitável que seja cometido um, eventual, atentado ambiental e urbanístico ANTES de ser conhecido o resultado do estudo de impacto ambiental que, afinal já foi pedido, por precaução, uma vez que o Ministro do Ambiente já vai ser outro?
In JN
"A reabilitação avança sem que o Governo tenha aprovado a execução da linha e sem que o Ministério do Ambiente se tenha pronunciado sobre a dispensa ou não do estudo de impacto ambiental.Uma situação que, em entrevista ao JN em Dezembro do ano passado, o vereador do Urbanismo, Paulo Morais, reconheceu ser "um risco económico calculado".
O CRIME DEVE SER PREVENIDO quando há conhecimento prévio da sua intenção!!!!
Talvez se o risco não fosse apenas económico (o próximo executivo camarário que pague a conta) mas houvesse possibilidade de responsabilizar criminalmente os responsáveis políticos pelos seus crimes, a situação viesse um dia a ser diferente.
O resultado das eleições deste domingo, as suas eventuais consequências no interior do PSD, as, mais do que previsíveis, guerras internas entre Rui Rio e Luis Filipe Menezes pelos despojos do partido, com todas as implicações que isso possa ter para este projecto, são outros factores que poderão vir a pesar nesta balança, mas...
A questão permanece
Seremos só espectadores ou deveremos (e poderemos ?) ser actores ?
Será verdade que estaremos aqui a pregar no deserto ?
(Não fiz, naturalmente, qualquer referência às declarações daquele senhor que manda no metro dado este espaço (e muito bem (?)) pretender manter elevação na linguagem utilizada e, por isso, fiquei sem palavras :D)
Um abraço
António Moreira
Friday, February 18, 2005
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment